terça-feira, 8 de abril de 2014

Português como língua estrangeira

A cultura indígena que se fortalece na escola

Currículo é instrumento da valorização da língua e dos costumes dos índios Katukina e Puyanáwa

Elisângela Fernandes (novaescola@fvc.org.br), de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, AC

Português como língua estrangeira
Alunos aprendem como era a Matemática de seu povo. Foto: Marina Piedade
MATEMÁTICA NA MATA Alunos aprendem como era a Matemática de seu povo: as mãos servem para medir os cipós, utilizados para definir o tamanho dos roçados
Para os katukinas, o português só aparece no 6º ano. Foto: Marina Piedade
ESCOLA BILÍNGUE Para os katukinas, o português só aparece no 6º ano: a noke vana, cuja tradução é nossa língua, é ensinada em toda a Educação Básica
Os primeiros contatos entre os katukinas e não-índios ocorreram por volta de 1880, época em que a região do alto do rio Juruá foi invadida por brasileiros e peruanos para a extração da borracha. Muitos índios foram mortos, escravizados e outros se dispersaram na floresta. Depois desse processo, eles se fixaram na divisa entre os estados do Acre e do Amazonas. Hoje, as aldeias katukinas estão distribuídas ao longo da rodovia BR-364 (Rio Branco-Cruzeiro do Sul) e menos da metade da população tem fluência em português. Todos utilizam a língua noke vana para se comunicar.

Ao organizar suas escolas e o currículo, os katukinas optaram por um ensino bilíngue, mas há quem conteste a decisão de só começar a trabalhar com o português no 6º ano. "Muitas mulheres e crianças têm dificuldade em se comunicar em situações básicas, como uma consulta médica", explica o linguista Aldir Paula dos Santos, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). "Em 2012, teremos a primeira formatura de uma turma de Ensino Médio em nossa escola. Uma grande conquista que vai ajudar a valorizar e manter viva a nossa cultura", comemora o diretor Fernando Katukina, que também é o cacique. Das 36 terras indígenas do estado, em apenas quatro há escolas de Ensino Médio.
Campinas Katukina
Homologada pela Funai em 1993
Área: 21.624 mil hectares
População: 674 pessoas
Total de professores: 24
Total de alunos: 290



(Contribuição: Gabriela     Turma: A       Grupo Tutora: Francisca)

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