O povo Huni
Kui também conhecido com Kaxinawã habita os vales dos Purus e Juruá no estado
do Acre. Com uma população de aproximadamente 4000 pessoas distribuídas em mais
de 10 terras indígenas. Compartilham três desses territórios com os povos
Ashaninka, os Shanenawá e os Madijá.
Os Huni Kui falam
a língua Hatxã Kuin da família Pano.Vivem na floresta,
caçam, pescam e plantam. Comercializam seu belíssimo artesanato produzido com madeira,
barro, algodão, penas, pupunha, cana brava e miçangas.
Os kaxinawãs possuem famílias numerosas onde
predominam duas lideranças: o pajé pelo poder mágico-religioso e o líder
político.
Possuem
associações que viabilizam projetos agrícolas visando garantir a preservação e
utilização de recursos naturais presentes em seus territórios. Contam com a
parceria de organizações não governamentais indígenas e não indígenas.
Artesanato
Kene é o nome que se dá aos
desenhos geométricos tradicionalmente aplicados à cerâmica, tecelagem, arte em
palha, miçanga e ainda à pintura corporal do povo Huni Kuĩ.
Principais dificuldades
A caça ilegal
realizada por invasores em território Huni Kui, o desmatamento ilegal na divisa
com o Peru e a ausência de atendimento
médico nas aldeias e a falta de apoio financeiro por parte dos governantes são
as principais dificuldades enfrentadas atualmente.
Organização social
A divisão entre os sexos é fundadora da sociedade Kaxinawá e marca mais a
vida cotidiana do que qualquer outra divisão em metades, seções ou idades. A
diferença entre as gerações é medida a partir de uma divisão básica em que
crianças e pessoas idosas aproximam-se pelo compromisso menor que têm com os
papéis relacionados à construção da sua identidade em termos de gênero, e
diferenciam-se enquanto grupo de homens e mulheres engajados nas atividades
produtivas sexuadas.A divisão da sociedade em metades rituais e matrimoniais, e em seções de transmissão do nome próprio não permeia todas as atividades, já que maior parte das atividades é feita no grupo de mulheres de um lado e no grupo de homens de outro. Durante os rituais, porém, a divisão da sociedade em metades é importante, assim como em poucas atividades coletivas dos homens, como a brocada de roçados.
A socialização da criança em termos de gênero começa desde muito cedo. A partir do momento em que sabe andar sozinha, aprende as tarefas mais fáceis de seu gênero. A criança recebe o nome logo depois do nascimento, mas é preciso o tempo de infância para ligá-los aos poucos ao corpo do novo portador. Isto acontece nos primeiros anos de vida, pelo uso repetido do nome pelos pais e depois também pela aprendizagem por parte da criança do uso correto dos termos de parentesco. À medida que vai dominando estes termos de referência e vocativos, seus parentes vão deixar de chamá-la pelo nome próprio para chamá-la somente em termos de parentesco.
Vídeos sugeridos
Uma escola Huni Kui
https://www.youtube.com/watch?v=t5mXZJAlx_k
Língua Huni Kui (Kaxinawá) na Biblioteca da Floresta
https://www.youtube.com/watch?v=d8sz8nhPSJA
Etnomapeamento em terras
indígenas no Acre
https://www.youtube.com/watch?v=pEzHD1zBd64
Projeto Huni Kui e Yawanawa
https://www.youtube.com/watch?v=RtmckMNbCsU
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